Decepção do Futebol e Looping eterno


Brasil perdeu para Alemanha, Brasil foi humilhado pela Alemanha, Brasil foi massacrado pela Alemanha. Um vexame para eternidade  Vergonha. Humilhação. Fiasco. Vergonhaço. Blah Blah Blah e 'Looping eterno'.

Brasil perdeu para Alemanha, Brasil foi humilhado pela Alemanha, Brasil foi massacrado pela Alemanha. Um vexame para eternidade  Vergonha. Humilhação. Fiasco. Vergonhaço. Blah Blah Blah e 'Looping eterno'.


Se antes só falavam que Vai ter Copa ou Não vai ter Copa. E depois está tendo Copa, e tudo é a Copa. O jogador fez X, o jogador tal fez Y. A Seleção Brasileira é isso. O jogador x se machucou. O jogador y é ruim. O jogador y tinha que ser convocado. O jogador X tinha que ser substituído. E todos os jornais, toda a programação da tv, todos os sites, todo o país só viveu essas últimas semanas (ou anos) pela maldita Copa.

Quem odeia brigou, comprou ingresso, saiu cedo do trabalho, comprou aparelho com tv portátil, e comentou eternamente sobre o assunto. Quem gosta também o fez. A doença do futebol é visivelmente contagiosa. No Brasil você nasce já sabendo, falando e comentando sobre isso mesmo que nunca nem tenha parado para assistir uma partida inteira. 

Então chegou o momento da verdade ou pelo visto o que todos já sabiam (mas ninguém falava antes para não trazer má sorte então) que foi perder a semifinal de uma Copa do Mundo em casa. Se já não bastasse ninguém gostar de perder, e o brasileiro não saber perder, teve que ser ainda o tal do Massacre Histórico, nunca antes visto em nenhum jogo, por nenhuma seleção e provavelmente nunca irá se repetir, e mesmo assim todos nós testemunhamos ao vivo ou pelas cores da tv de maneira tão chocante que no final não fez muita diferença.

Brasil perdeu para Alemanha, Brasil foi humilhado pela Alemanha, Brasil foi massacrado pela Alemanha. Um vexame para eternidade  Vergonha. Humilhação. Fiasco. Vergonhaço. Blah Blah Blah e 'Looping eterno'.

A diferença foi apenas a pauta. Antes era um sonho (de quem?) e agora o desespero (sério?). Continuam fazendo tudo de antes, mas dessa vez todos são os donos da verdade. E já afirmam e repetem que isso já estava previsto, sempre foi óbvio, claro que ia acabar assim. Que são todos vendidos! Está tudo uma bagunça, o técnico é um idiota, a Globo manipuladora e a culpa é toda da Dilma. 

Sempre odiei o fanatismo do futebol, das pessoas, essa grana toda envolvida. Lá no fundo eu tentava torcer contra, mas realmente isso é impossível. Amo esportes, assisto com coração, fico louca com os brasileiros, com a política, com os que se superam, com as vitórias e derrotas malucas. 

Até eu acreditei que era possível chegar a uma final, pois sinceramente não dava para sentir que um grupo de pessoas que apenas faz aquilo na vida e ganhe tanto possa não conseguir superar as dificuldades ou pelo menos se esforçar e provar que realmente gostaria daquilo. A questão mesmo nunca é perder, é como perder. Todos aplaudiram o Chile, Costa Rica, Colômbia, mas foi por justamente eles testemunharem que estavam lutando até o fim que realmente fizeram todo o máximo que podiam e até quase o impossível com suas limitações. E que não apenas perderam, o adversário que ganhou. E essa sensação que passou bem longe do jogo de ontem.

Sou uma pessoa muito emotiva, me apego a uma música, uma imagem, uma ação. No futebol eu não tenho muito essa ligação, não com essas equipes que vemos em clubes nacionais ou nos outros campeonatos importantes para a federação do futebol em si. Então quando eu via aquilo na tv, eu não transmiti nada. Apenas ria do absurdo e olhava as 'zoações' sem limite no facebook e twitter. 

Porém, quando olhei para minhas mãos eu percebi que estava tremendo. Que droga é essa? Era involuntário. Apesar da minha falta de comprometimento com tudo relacionado ao futebol, ali eu estava sentindo a energia de todo um país, a imagem das crianças chorando e aquela goleada que deixou até os alemães envergonhados, pois claramente poderiam ter feito muito mais gols. Eu fui pega de surpresa, por minha própria empatia e sentimento nacionalista, e também por já esperar o que transformaria em caos pela hipocrisia de milhões de pessoas que na verdade não estão nem ai para nada. No fundo elas só querem é ter algo para festejar uma desculpa para não trabalhar e para serem melhores que os outros. Como o Brasil é o melhor do mundo. É o país do futebol.

Já estava óbvio faz tempo realmente, talvez agora caiam na real, mas não vão. Os olhos estarão para as olimpíadas, mas já deveriam estar né? Fiquei ouvindo dos comentaristas, jornalistas, ex jogadores que a tal Alemanha já treina junto desde sei lá que ano, que planejaram por anos etc e assim que deve fazer. E que no Brasil não tem isso etc. OMG sério isso? No futebol não tem isso? Fala sério! Se o futebol não existe planejamento (investimento) e tudo o mais, imaginem os outros esportes? E até agora ninguém também pensou ou preparou uma seleção ou atletas para as Olimpíadas em 2016 e ai serei obrigada a ouvir isso dos mesmos hipócritas sobre o resultado pífio do Brasil em 'casa'. Não apenas no futebol, mas em todas as modalidades. Tendo que aceitar que ilhas ou países menores que o menor estado o Brasil ganhe mais medalhas que a gente.

A decepção não é do futebol, é do esporte, é do país. E não percebem o caminho, a luz para solução de pelo menos uns 2 problemas ai. Só pensam mesmo no momento que está acontecendo. Essa galera ai que nunca acompanha os atletas ou outros campeonatos conseguem ingressos para assistir jogos e depois ficam criticando nos meus ouvidos no trabalho, no transporte, na rua.E tem os outros ganhando dinheiro (e muito) para falar bobagem na tv e nos sites.

E quem viver terá que aguentar o looping eterno sobre esse 08/07/2014 até que aconteça algo (ainda) pior para o tão amado futebol do país. A ironia foi agora eles até elogiarem sobre o esculachados da copa de 50 que até mesmo teve jogador que morreu com esse sentimento já manipulado por toda a mídia. E isso foi antes quando nem todos tinham tv, imagina em pleno 2014? A diferença é que hoje, apesar de gostarem do circo, os jogadores em si não se importam tanto, até mesmo as pessoas não se importam. 

Vão sim falar disso pelo próximo século, mas dificilmente alguém morrerá de desgosto por isso.

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